segunda-feira, 4 de junho de 2012

Rastreio Cardiovascular


Ora bem, o meu primeiro contacto com o público na farmácia foi num rastreio de risco cardiovascular que fiz. Findo este, não tenho muitas situações caricatas para contar mas tenho alguns momentos que sobressaem:

1. Uma senhora toda muito bem conservada para a idade e que não estava gorda, apenas tinha um pouco de perímetro abdominal a mais vira-se para mim e diz "Faça cara feia e diga-me que estou gorda!". Eu respondo "Não está nada..." (era a verdade) e ela remata assim "É que com esse sorriso bonito eu não vou a lado nenhum". Achei fofinha.

2. Há pessoas que não têm noção da peixeirada que fazem em público. Eu não tenho que aturar discussões entre casais, capiche?! Quando estava a fazer o rastreio ao senhor, fiz-lhe algumas perguntas e ele respondia. Por trás e em voz bem alta, vinha a mulher desmenti-lo e dizer que ele não fazia nada daquilo e porque é que tinha que mentir às pessoas, etc. Eu perplexa ali no meio. Só pensava que aquela casa deve ser um inferno. Se gritam assim numa farmácia e à frente de uma desconhecida, imagino dentro de casa. Como se não bastasse, a mulher ainda a dizer-me que aquelas máquinas funcionam mal, que não acredita, que aquilo dá valores errados. Ora tendo em conta que fez em 2 máquinas diferentes, se calhar não são as máquinas que não funcionam. Se calhar, o problema é mesmo dela que tem massa gorda a mais!

3. Há pessoas muito hipocondríacas que não têm grande coisa. Pelo contrário, os que têm verdadeiramente tudo e mais alguma coisa, queixam-se menos. Voltando aos hipocondríacos ou exagerados, apanhei uma senhora que queria medir a glicémia porque no dia anterior tinha ido parar ao hospital porque estava muito mal. Passo a citar:

Sra: Eu ontem tinha a glicémia a 7.
Iza: 7 ou 70?
Sra: 7!
Iza: Mas sabe que a 7 a pessoa está mesmo muito mal... (eu não quis ser muito bruta logo)
Sra: E eu estava muito mal! Ia desfalecendo!
Iza: Mas olhe a 7 a pessoa não pode estar viva...
Sra: E eu estava muito mal, estava mesmo muito mal.


Pronto, aqui percebi que não valia a pena insistir mais. É daquelas pessoas que acha que as coisas são como na cabeça delas e pronto. Mais tarde, disseram-me que ela é um bocado avariada. Oh well, I couldn't notice that...

4. Um senhor muito querido (e alentejano) gostou muito de mim e do meu nome. E disse que tinha conhecido uma rapariga com o mesmo nome que eu e que gostava muito dela, que até foi ao casamento dela mas que a coitada se divorciou logo. Quando namoravam gostavam muito um do outro mas depois casaram-se e não durou muito. Uma pena, dizia ele. E eu só pensava: Ai homem não me diga essas coisas que eu começo a projectar tudo o que é ruim para mim e ando sensível! Tadinho, lá ele imaginava que eu sou esquisita.

5. Vi uma senhora vegetariana com muito mau aspecto. Pele baça, bastante envelhecida para a idade, cabelo seco e demasiado magra. Pergunto-me se aquela opção será a melhor (porque já conheci outra vegetariana que tinha exactamente o mesmo aspecto)? Ou será que ela faz uma alimentação equilibrada dentro do seu estilo?

6. Há pessoas que se pudessem ficavam ali o dia todo a falar e a contar-me a vida delas...

O que concluí foi que as pessoas que realmente têm muitos factores de risco modificáveis são as que menos se preocupam. Mas que, felizmente, já começa a haver alguma consciencialização para a importância da alimentação na saúde, pelo menos naquela zona.
Gostei muito de fazer o rastreio. Gosto do contacto com o público :)

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