Cenas de dia de greve

A greve foi na semana passada e, entretanto, esqueci-me de vos contar o belo episódio que presenciei.
Tudo se passou entre uma paragem e outra mas o trânsito era tanto que deu tempo para uma grande discussão...
Uma senhora começou a queixar-se, em voz bem alta, que um senhor lhe tinha agarrado as mamas e passo a citar: Oh seu parvalhão de merda, você agarra-me as mamas e ainda está a reclamar? Devia era ter pedido desculpa! Cale-se! Cale-se que eu já tenho o sangue a ferver! Olhe que eu bato-lhe!.
Claro que com esta conversa toda, conseguiram pôr toda a gente no autocarro a rir, em dia de greve. Fantástico. Como é que alguém diz isto em voz alta? Armou-se ali uma grande peixeirada...
O senhor não pediu desculpa, não se calou (porque dizia que só estava a tentar agarrar-se a qualquer coisa para não cair e que foi por acidente) e levou mesmo um tabefe. Tiveram que os separar, o que foi difícil dado que íamos sardinha em lata dentro do autocarro. Já havia outro senhor a reclamar do barulho, que não tinha que os ouvir, etc. Há sempre este elemento!
O senhor que agarrou as mamas à senhora acabou por sair na paragem seguinte, porque era o seu destino ou por embaraço com a situação, nunca vamos saber. E depois há sempre alguém que faz uma piada: Então já saiu? Só entrou para agarrar as mamas à senhora?
E é assim que uma pessoa se vai rindo em dia de greve.